domingo, 7 de outubro de 2018

Castelo de Monforte de Rio Livre

Quando se aproxima o dia nacional dos castelos, com um sol convidativo, nada melhor do que um passeio ao castelo de Monforte, principalmente para conhecer como decorrem os trabalhos de intervenção, por parte da Direcção Regional de Cultura do Norte, do denominado Projecto "Castelos a Norte". Projecto de revitalização que abrange além deste, os castelos de Montalegre, Outeiro, Mogadouro e Miranda do Douro, com acções de recuperação, divulgação e promoção turístico-cultural.
Além da deslumbrante paisagem que do alto das muralhas se avista, apenas se dá conta do corte de vegetação que encobria o espaço da vila de Monforte que circunda o castelo. Ficaram à vista as partes da cerca já desfeita, bem como as ruínas de habitações no interior da vila. Das três portas em arco, de que a vila dispunha para comunicar com o exterior, apenas se mantém uma - Porta da Galiza ou do Galeão.
Não conhecendo em pormenor o desenvolvimento do Projecto, parece-me ser de toda a importância uma intervenção a nível arqueológico, que possa contribuir para um melhor conhecimento dos arruamentos da vila; da praça onde se situavam a casa da câmara, a cadeia e o pelourinho; bem como o espaço ocupado pela igreja matriz de S. Pedro, transferida para a aldeia de Águas Frias, entre 1782 e 1789, sendo então abade da paróquia Diogo de Sousa Pereira Coutinho.
De acordo com o desenho de Duarte D`Armas de 1509, a igreja matriz de S. Pedro, que também serviu de cemitério da vila até àquela data (1789), localizava-se junto à porta principal de acesso à vila, denominada porta de Bragança.
Torna-se também absolutamente necessário melhorar os acessos ao castelo a partir da EN 103, uma vez que um carro normal tem muita dificuldade em lá chegar. 

Castelo de Monforte de Rio Livre

Aldeia de Águas Frias
  
Linda paisagem onde se inclui a barragem das Nogueirinhas

Escadas de acesso às muralhas do castelo

Praça principal da Vila de Monforte

Ruínas de edifícios da Praça adossados à muralha

Porta do Galeão

 
Porta do Galeão vista do interior

Ruínas de moradias dentro da cerca


Ruínas de habitações

Ruínas localizadas próximo da muralha

Ruínas junto à porta de Bragança - 1ª.

2ª.
3ª.


domingo, 24 de junho de 2018

Chaves, Tâmega. Por este rio acima!





Um passeio pedonal sempre agradável. Ao fim da tarde, nestes dias de calor, subindo pela margem esquerda. Uma paisagem sempre bela, verde e florida, agora mais triste, com muitas folhas e ramos pelo chão. O vendaval do passado dia 21 deixou, por aqui, as suas marcas.


Ribeiro a desaguar no rio, ainda com águas turvas.
cerejeira fustigada pelo granizo
Campo normalmente muito florido, nesta altura
Açude de Santa Cruz
Presença simpática das ovelhinhas no circuito......
O rio Tâmega, sempre belo, aproxima-se da ponte de S. Roque. 

domingo, 15 de abril de 2018

Chaves. Um Artesão na rua do Poço.

Chama-se Joaquim Casemiro Lopes e é dono de uma oficina de Sapataria no centro Histórico desta cidade, cujos encantos e recantos nos surpreendem a cada momento. Numa das poucas tardes amenas que S. Pedro nos proporcionou no mês de Março, iniciei o meu passeio pelo miradouro do baluarte do Cavaleiro e, quando passava na praça do mesmo nome, verifico que, por baixo da placa indicativa da rua do Poço, se encontrava uma outra manuscrita com a indicação "Oficina de Sapataria". Sigo-lhe o rasto e, passados meia dúzia de metros, aparece-me então a porta nº 70, novamente com a indicação de oficina e horário de funcionamento. Da rua, apreciei durante alguns minutos um exímio artista que, de pé, cantarolava ao mesmo tempo que trabalhava junto de uma máquina. Terminado aquele trabalho, perguntei-lhe se podia entrar e com um sorriso aberto respondeu-me que sim, que não seria a primeira pessoa que ali entrava, com uma máquina fotográfica. Reparei, então, que do tecto pendia um quadro que guardava o recorte de um jornal, onde constava a sua fotografia, a de um amigo e o autor do texto - o escritor Portuense Hélder Pacheco.
Em lugar privilegiado, com cadeira almofadada, permanecia o gato "Leão", seu companheiro de todas as horas do dia.
O Sr. José Casimiro, tendo em conta o volume de trabalho e a forma como se relaciona com os clientes, que tive oportunidade de observar, além de um bom profissional, nota-se que está de bem com a vida. Encaminhei a conversa para estes dois aspectos, tendo-me referido que começou a aprender o ofício aos treze anos, numa oficina junto à muralha, que dava para a rua do Sol. Mas cedo se estabeleceu por conta própria e hoje com 77 anos ainda se sente com forças para fazer este trabalho. Clientes nunca lhe faltaram. Actualmente, na época de Verão, ainda tem muitos que vêm de longe, fazer a época termal, nas Caldas de Chaves. Juntando este rendimento com a magra reforma, consegue viver com a sua família. Quanto à saúde felizmente também não lhe tem faltado.  
Para não lhe ocupar muito tempo, agradeci toda a sua amabilidade e despedi-me. Quando já me abeirava da porta de saída, referiu-me que gostava de ter uma fotografia, senão teria novamente de procurar o jornal onde constasse.
Respondi-lhe, então, que voltaria para trazer-lha......e com muito gosto!
Parabéns Sr. José Casimiro, pela sua arte, pela forma como publicita o seu trabalho e como encara a vida.
Continuei o meu passeio, seguindo a rua do Poço, cujo destino é a torre de Menagem que já espreita lá no cimo.

Em direcção ao Miradouro
 
Vistas do rio e da igreja de S. João de Deus, a partir do miradouro do Cavaleiro


Praça do Cavaleiro
O Sr. José Casimiro, trabalhando.
Recordações expostas na Oficina
O gato Leão em descanso e observação
Um ofício antigo que precisa ser preservado


O Sr. José Casimiro, na despedida.
Em direcção à Torre de Menagem
 

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Santa Valha (Valpaços). Um Povo que reza e canta!

Na sexta-feira Santa, pela madrugada, tem início a Via-Sacra, acto religioso que mantém grande adesão da população.
As catorze cruzes esculpidas em granito, e localizadas em pontos estratégicos do povoado, nesta altura, encontram-se ornamentadas a preceito. Depois de percorridas em oração, a cerimónia religiosa termina na capela de Santa Maria Madalena, verdadeira jóia arquitectónica, em cujo adro se encontra um grandioso Calvário, provavelmente contemporâneo da própria capela. Além de um acto religioso muito participado, apresenta-se também com elevada carga simbólica, pelo papel que é atribuído a Maria Madalena, como principal e primeira testemunha da Ressurreição de Cristo.  Neste povo, existiu uma grande tradição das Endoenças e dizem-me, algumas pessoas mais antigas, que já vem dos seus antepassados a Via-Sacra, percorrendo as Estações dispersas pela aldeia.




quarta-feira, 21 de março de 2018

A Primavera chegou!

A Primavera regressa. A inevitabilidade do tempo e a inspiração dos Poetas:

Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim........

(Alberto Caeiro)

Outra versão:

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.
...............
(Quando; Sofia de Mello Breyner Andresen)



quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Festa de N.ª S.ª da Ribeira - Lampaça, Valpaços.

Teve lugar no dia 2 de Fevereiro mais uma romaria de inverno, desta vez em honra de Nossa Senhora da Ribeira. A paróquia de Santa Maria da Ribeira, já nos aparece em 1258, nas Inquirições de D. Afonso III, sob esta designação (sancte Marie de Riparia). Ribeira terá sido o local da primeira sede da freguesia, da qual hoje ainda existem ruínas, na margem direita do rio Rabaçal.
Pela história desta paróquia do tempo da Reconquista, assim como pelo dia do orago, podemos concluir que o culto a Santa Maria nesta região é muito antigo, adotado pela Igreja Católica, na versão de N.ª S.ª das Candeias.
Actualmente, apesar da reduzida população que habita a aldeia da Lampaça acorrem, a esta romaria, além das aldeias vizinhas, filhos e amigos da terra que trabalham em França, contribuindo para alegres momentos de convívio, onde não falta, terminada a missa com procissão solene, uma animada refeição colectiva.
Aldeia da Lampaça
   
Comissão da Festa e cozinheiras de uma óptima feijoada.
Leilão dos produtos oferecidos à Santa.