Localiza-se à distância de 3 Km de Bragança, a histórica freguesia de Castro de Avelãs onde, no passado, existiu o mosteiro beneditino e masculino de S. Salvador. Foi considerada a instituição monástica mais rica de Trás-os-Montes, no período da baixa Idade Média.
É apontada como data provável da sua fundação, o século XI. Em 1145 recebeu carta de doação e couto de D. Afonso Henriques. Foi extinto por Bula do papa Paulo III, datada de 22 de Maio de 1545, o mesmo diploma que criou a Diocese de Miranda, à qual ficaram desde logo anexadas as rendas do mosteiro. Pouco tempo depois terá começado a ruína deste importante templo medieval, com a demolições sucessivas resultantes do seu abandono. Mais tarde foi aí construída a igreja paroquial de S. Salvador, fazendo o reaproveitamento da cabeceira mudéjar do antigo mosteiro, um dos melhores exemplos de arquitectura mudéjar em Portugal.
O reaproveitamento das ruínas do mosteiro pode ser apreciado na capela-mor da igreja; na sacristia; e no absidíolo do lado direito, onde se encontra o túmulo medieval de D. Nuno Martins de Chacim, elemento da nobreza senhorial de Bragança, da segunda metade do século XIII.
Na face lateral direita da sepultura, encontram-se gravados dois brasões heráldicos e na parte superior do mesmo, a seguinte inscrição:
"Era de Mil e CCC e". Trata-se de um epitáfio inacabado, correspondendo a data à era cristã de 1262. Como refere o Abade de Baçal (MADB; Tomo IX, pág. 170), este registo deve ter sido lavrado em vida do defunto a sepultar no mesmo, no ano acima, deixando para depois da sua morte a indicação do ano, o que não se verificou "por descuido dos herdeiros ou interessados".
Fachada da igreja paroquial de S. Salvador, de Castro de Avelãs. |
Capela-mor com o S. Bento ao centro. |
Sacristia no absidíolo esquerdo do antigo mosteiro. |
Arca tumular no absidíolo direito |
Símbolo heráldico e epitáfio inacabado. |
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