Nos últimos meses a imprensa tem sido fértil em notícias sobre o Alentejo e Trás - os - Montes, com a divulgação de pretensos retratos psicológico e social de ambos os Povos.
Comecemos pelo Alentejo. Henrique Raposo, jornalista do Expresso e escritor, publicou um livro recente - "Alentejo Prometido, Fundação Francisco Manuel dos Santos, Janeiro 2016" - através do qual procura as suas raízes e nos conta uma história do Alentejo, baseado nas memórias pessoais e familiares. Goste-se ou não do desenvolvimento e conclusões sobre o modo de ser e viver deste povo, apresentadas pelo autor, e muitos alentejanos não gostaram, a verdade é que estão fundamentadas e resultaram de um trabalho de investigação, naturalmente árduo e moroso. Por isso, trata-se de um livro que merece ser lido. Durante a sua apresentação, os Alentejanos souberam, com dignidade e de forma ordeira, mostrar o seu desagrado, surpreendendo com uma curta execução do Cante Alentejano.
O segundo caso que respeita aos Transmontanos, apresenta maior gravidade porque, de forma gratuita, irresponsável e algo boçal, chama-nos de velhos, feios e desdentados. Creio que foram estes os termos utilizados. José Cid, cantor, num programa com o humorista Nuno Markl, terá assim chamado aos transmontanos que desaguam no Pavilhão Atlântico. Portanto foi uma borga para o entrevistador e entrevistado.
Mas como diz o nosso Povo, quem não se sente não é filho de boa gente, tiveram uma resposta à altura. Berta Nunes, presidente da Câmara de Alfândega da Fé, esteve bem quando cancelou o concerto com o cantor, mal teve conhecimento do caso e espero que as autarquias transmontanas lhe sigam o exemplo.
E, francamente, sr. José Albano Cid, quando falou da fisionomia do povo transmontano, estava mesmo a ver-se ao espelho! Só pode.
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