domingo, 26 de junho de 2016

Santos Populares - S. João da Castanheira



A freguesia de  Cimo de Vila da Castanheira, Chaves, celebrou o patrono da sua Igreja, no passado dia 24 de Junho.  A missa estava marcada para as 16 horas, seguida da procissão com o andor do Santo, em volta da velhinha igreja românica de S. João Baptista, torre e cemitério antigo, conjunto localizado no alto, à entrada do vale da Castanheira. Na cerimónia religiosa participaram muitos fiéis, onde não faltou música, tapete de flores na entrada principal da igreja, e foguetes à hora da procissão. Seguiu-se um convívio, com lanche organizado pela comissão de festas.  


Igreja de S. João Baptista
Vista lateral

Início da procissão

Frescos no interior
Frescos no interior da igreja

Altar lateral e púlpito

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Dois Povos : Alentejo e Trás - os - montes

Nos últimos meses a imprensa tem sido fértil em notícias sobre o Alentejo e Trás - os - Montes, com a divulgação de pretensos retratos psicológico e social de ambos os Povos. 
Comecemos pelo Alentejo. Henrique Raposo, jornalista do Expresso e escritor, publicou um livro recente - "Alentejo Prometido, Fundação Francisco Manuel dos Santos, Janeiro 2016" - através do qual procura as suas raízes e nos conta uma história do Alentejo, baseado nas memórias pessoais e familiares. Goste-se ou não do desenvolvimento e conclusões sobre o modo de ser e viver deste povo, apresentadas pelo autor, e muitos alentejanos não gostaram, a verdade é que estão fundamentadas e resultaram de um trabalho de investigação, naturalmente árduo e moroso. Por isso, trata-se de um livro que merece ser lido. Durante a sua apresentação, os Alentejanos souberam, com dignidade e de forma ordeira, mostrar o seu desagrado, surpreendendo com uma curta execução do Cante Alentejano.
O segundo caso que respeita aos Transmontanos, apresenta maior gravidade porque, de forma gratuita, irresponsável e algo boçal, chama-nos de velhos, feios e desdentados. Creio que foram estes os termos utilizados. José Cid, cantor, num programa com o humorista Nuno Markl, terá assim chamado aos transmontanos que desaguam no Pavilhão Atlântico. Portanto foi uma borga para o entrevistador e entrevistado.
Mas como diz o nosso Povo, quem não se sente não é filho de boa gente, tiveram uma resposta à altura. Berta Nunes, presidente da Câmara de Alfândega da Fé, esteve bem quando cancelou o concerto com o cantor, mal teve conhecimento do caso e espero que as autarquias transmontanas lhe sigam o exemplo.
E, francamente, sr. José Albano Cid, quando falou da fisionomia do povo transmontano, estava mesmo a ver-se ao espelho! Só pode. 

terça-feira, 14 de junho de 2016

Capela de Picões (Valpaços) - crónica de uma destruição anunciada


Capela de Picões. Uma joia arquitectónica da 1ª metade do sec. XVIII

Altar profanado e destruído.


Outra vista do altar.

As peças verticais em talha de maior dimensão e a escultura do Santo foram roubadas no ano passado.
 Localizada entre montanhas de paisagem deslumbrante, num vale que desce em declive para o rio Rabaçal, esta jóia arquitectónica da primeira metade do século XVIII, tem vindo a ser objecto de visita por pessoas que, de forma egoísta e criminosa, a pouco e pouco, a foram roubando e destruindo, de modo que, actualmente, já só tem as paredes e o telhado. E portas sempre escancaradas, porque não há fechaduras nem cadeados, por mais grossos que sejam, que resistam à brutalidade de tais visitantes.
Infelizmente foram surgindo factores que facilitaram a situação, como o despovoamento total da Quinta e a falta de manutenção dos caminhos, principalmente dos caminhos históricos como este. As giestas e as silvas crescem por todo o lado e dificultam a deslocação, o que inviabilizou a realização da missa anual a Santo António, sempre muito concorrida pelas pessoas da freguesia (Bouçoais) e das freguesias vizinhas. 
Aqui há oito anos começaram por desaparecer os florões e pináculos em granito, que emolduravam o adro. De seguida foi a vez do sino da capela.
No ano passado foi profanada no seu interior, com o desmantelamento de parte do altar: elementos verticais em talha de maior dimensão; anjos e florões que faziam de adornos e remates. A escultura do Santo António, orago original da capela, também foi nessa leva.
No passado dia 13, dia do orago, um grupo de pessoas da vizinha aldeia da Lampaça, como é costume, fez um passeio a Picões, com o objectivo de visitar a capela, mesmo sabendo que o Santo já lá não morava. Na descida do monte e com a capela à vista, facilmente nos apercebemos que, mais uma vez, as portas se encontravam escancaradas e, então, até pareceu que as pernas se recusavam a continuar, com o receio de presenciar o cenário dantesco que, infelizmente, veio a acontecer.
Visita de vizinhos da Lampaça, no dia do orago.
Daqui já se viam as portas escancaradas.
As forças faltavam para subir o pequeno lance de escadas.
Aproxima-se, então, um cenário triste.
O que não foi roubado ficou aos pedaços pelo chão.
E assim se destrói um património histórico
O Francisco, atónito, assiste também ao triste espectáculo.
Naquele momento é difícil sentir o perdão para seres humanos que se comportam deste modo. De forma gratuita e egoísta, destruem a nossa história e o legado de paz e humanidade, inscrito na memória de um Povo e de uma Região.
Não pode haver motivação para atentados como este.
Espero que as Justiças deste País, descubram e identifiquem os autores que, reiteradamente, têm vindo a praticar este bárbaro atentado que diminui e empobrece o nosso património histórico e religioso.

E a todos nos deixa tristes !

A capela do Santo António de Picões foi construída na década de 1730, por António de Sá Pereira do Lago, descendente da família dos morgados de Vilartão.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Junho - mês dos Santos Populares

Ao longo do presente mês realizam-se, por todo o País,  arraiais e festas populares alusivas a Santo António, dia 13; S. João, dia 24; e S. Pedro no dia 29. É tradição destas festas saltar fogueiras e oferecer aos amigos e namorados, vasos aromáticos de manjericos, encimados por quadras de poesia alusiva ao dia e ao santo.


Nos concelhos de Chaves e Valpaços são várias as freguesias que têm os santos populares, como patronos da sua igreja matriz, como por exemplo a freguesia de Santo António de Monforte, antiga freguesia de Curral de Vacas. Fornos do Pinhal e Cimo de Vila da Castanheira têm como orago S. João; e Águas Frias, Sanfins da Castanheira e Bobadela, cujo patrono é S. Pedro. Também foram adoptados como orago em muitas capelas públicas e privadas da Região.
Apreciemos, então, três antigas e lindas esculturas de santos, provenientes do extinto concelho de Monforte de Rio Livre. 
Santo António da capela de Picões.
S. João Baptista. Cimo de Vila da Castanheira.
S, Pedro de Monforte. Actualmente Águas Frias.