terça-feira, 31 de maio de 2016

Chaves - Nas margens do Rio



Caminho das poldras. Em direcção ao Caneiro.



Da margem esquerda para a direita
A passagem do Tâmega através de um caminho de pedras, conhecido por poldras do Tabolado, vem de muito longe, dos tempos medievos. Este era um caminho muito usado pelas pessoas que habitavam o lugar chamado Bairro do Caneiro, localizado na margem esquerda do rio. E por ele se deslocavam a pé, quando se dirigiam à Vila.




Durante o Inverno, quando uma enchente do rio arrastava algumas pedras, dada a necessidade desta passagem, alguém tomava a iniciativa de as mandar colocar. E se o contributo dos vizinhos para o efeito não era suficiente, ali permanecia durante algum tempo,  um cobrador de impostos improvisado, que interpelava os passantes, cobrando uma pequena portagem, até conseguir a verba em falta para o investimento realizado.




As aldeias da margem esquerda do rio Tâmega, localizadas a Sul da cidade, reiteradamente solicitavam à Câmara Municipal a construção de uma ponte no lugar das Poldras, pois aquela travessia permitia reduzir a distância cerca de três quilómetros, relativamente à utilização da ponte romana. A Câmara chegou a aprovar uma proposta para a construção dessa ponte, em 28 de Janeiro de 1938. A imprensa local dava eco destas reivindicações, mas o problema só ficou resolvido nove anos depois, com a construção da uma nova ponte a jusante e próxima do caminho das Poldras. Essa nova ponte foi inaugurada em 1947.
Em 1952 foi-lhe atribuída a designação de Ponte Engenheiro Barbosa Carmona, em homenagem ao técnico responsável pela sua construção.

sábado, 21 de maio de 2016

Tresminas - Vila Pouca de Aguiar

Vale a pena visitar o complexo mineiro romano de Tresminas. Pela História, pelo conhecimento do território, pelo ambiente, pela paisagem e pelo convívio.



 








quarta-feira, 18 de maio de 2016

18 de Maio - Dia Mundial dos Museus


Desde tempos remotos que o Homem, por variadas razões, coleciona objectos com valor afectivo, cultural, ou simplesmente material, o que justifica a necessidade da preservação dessas memórias, ao longo do tempo. Surgem então os museus como espaços de preservação da memória dos Povos, função importante mas não suficiente. A sociedade actual atribui aos museus um papel decisivo na interpretação da cultura e na educação das pessoas; no fortalecimento da cidadania, no respeito pela diversidade cultural e, consequentemente, no aumento da qualidade de vida dos cidadãos.
A recente integração, no Museu Nacional de Arte Antiga, da obra "A Adoração dos Magos" do pintor Domingos Sequeira, por via do mecenato, deve ser motivo de satisfação para todos nós.
Os museus existentes em Chaves, honram o seu passado histórico, com raízes Celtas e Romanas, mas também como região de fronteira e Praça de Guerra. Temos então:
Museu Regional Flaviense, instalado em edifício próprio, no palácio do Duque de Bragança.
Museu Militar, instalado na torre de Menagem do castelo construído pelo Rei lavrador.
Museu Aquae Flaviae, balneário romano recentemente descoberto e ainda em construção.
Museu Contemporâneo Nadir Afonso, homenagem ao ilustre pintor filho da terra, e obra do prestigiado arquitecto Siza Vieira. Tanto quanto nos é dado aperceber a obra está pronta mas, infelizmente, tarda em abrir as portas.
Para as pessoas que prefiram passear pela cidade, os jardins à volta do castelo, pela sua beleza e decoração, são verdadeiros museus a céu aberto. De igual modo passear na ponte de Trajano e observar as escrituras registadas nos padrões laterais, é um exercício apropriado para um dia como este!



MNAA. "A Adoração dos Magos" do pintor Domingos Sequeira

Museu Regional Flaviense
Conjunto de epigrafia romana no interior



Museu Militar instalado no Castelo.
Interior do M. M.



Vista do alto da torre de menagem
Museu do balneário romano, no Arrabalde. (Em construção).

Escavações a descoberto no interior

Museu contemporâneo Nadir Afonso, na margem direita do rio.
Jardim do Castelo.
Ponte romana de Trajano
Padrão alusivo à ponte. "Os Aquiflavienses fizeram esta ponte Lapidium à sua custa".
Padrão dos Povos. Agradecimento ao imperador Vespasiano, determinado benefício, por dez civitates: Aquiflafienses, Tamagani, Limici, Quarquerni, Coelerni, Interamici, Bibali, Equasi, Aebisoci, Aobrigenses.



sábado, 14 de maio de 2016

Tempo de Maio, pelas margens do Tâmega!


Passear à beira do Tâmega é um privilégio que os flavienses sabem apreciar, especialmente nestes tempos primaveris. Pelo número de pessoas que, em grupo ou isoladamente, caminham pelas margens do rio, facilmente se dá conta da sua adesão a este recente roteiro citadino. A veiga reveste-se de cores e perfumes variados e a passarada contribui, com os seus chilreios, para um sublime e harmonioso ambiente, que só a natureza pode proporcionar. Aqui deixo o registo de uma dessas caminhadas, numa tarde de domingo recente, subindo pela margem esquerda do rio e regressando pela mesma, uma vez que em Santa Cruz o elevado caudal do rio se sobrepunha à passagem habitual.


Ao fundo a ponte de S. Roque.
Da outra margem espreita o museu Nadir Afonso.

Da outra margem espreita o museu Nadir Afonso.
 
 
Arranjo floral campestre.
Verdes são os campos.......e brancos!
Lá ao longe vê-se o castelo de Monforte de Rio Livre.
 
Pontão de passagem em Santa Cruz. 
No regresso, pela mesma margem.

Que bichinho é este que se banha no rio e vem apanhar sol.
Será uma Lontra? Não, é um Furão, diz-me um senhor que apreciava os seus movimentos.
Com a ponte de Trajano à vista, termina este agradável passeio dominical.
 

domingo, 8 de maio de 2016

O Chaves subiu à 1ª Liga


Parabéns ao Grupo Desportivo de Chaves pela excelente temporada.
Com o empate de hoje no campo do Portimonense garantiu, com todo o mérito, o regresso à primeira Divisão de Futebol. Trata-se de um Clube com História e, como tal, o concelho de Chaves vê assim reforçadas as condições para continuar a dispor de um Embaixador que representa, com força e vitalidade, toda esta vasta região transmontana.
 
 

domingo, 1 de maio de 2016

Dia da Mãe


MÃE! Palavra que inspira o amor Universal, sempre presente no coração de todas as pessoas.
Em memória da minha Mãe e de todas as Mães que já partiram, um poema de Guerra Junqueiro.

Minha mãe, minha Mãe! ai que saudade imensa,
Do tempo em que ajoelhava, orando, ao pé de ti.
Caía mansa a noite; e as andorinhas aos pares
Cruzavam-se voando em torno dos seus lares,
Suspensos do beiral da casa onde eu nasci.

Era a hora em que já sobre o feno das eiras
Dormia quieto e manso o impávido lebréu.
Vinham-nos da montanha as canções das ceifeiras,
E a Lua branca, além, por entre as oliveiras,
Como a alma dum justo, ia em triunfo ao Céu!....

E, mãos postas, ao pé do altar do teu regaço,
Vendo a Lua subir, muda, alumiando o espaço,
Eu balbuciava a minha infantil oração,
Pedindo a Deus que está no azul do firmamento
Que mandasse um alívio a cada sofrimento,
Que mandasse uma estrela a cada escuridão.

Por todos eu orava e por todos pedia.
Pelos mortos no horror da terra negra e fria,
Por todas as paixões e por todas as mágoas...
Pelos míseros que entre os uivos das procelas
Vão em noite sem Lua e num barco sem velas
Errantes através do turbilhão das águas.

O meu coração puro, imaculado e Santo
Ia ao trono de Deus pedir, como inda vai,
Para toda a nudez um pano do seu manto,
Para toda a miséria o orvalho do seu pranto
E para todo o crime o seu perdão de Pai!....
 ......................

A minha mãe faltou-me era eu pequenino,
Mas da sua piedade o fulgor diamantino
Ficou sempre abençoando a minha vida inteira.
Como junto dum leão um sorriso divino,
Como sobre uma forca um ramo de oliveira!
 

in "Os Simples" - Abílio Manuel Guerra Junqueiro (1850-1923)