segunda-feira, 25 de abril de 2016

Revolução de Abril
Estamos em Abril, mês da Revolução, que há 42 anos é símbolo da Liberdade. Revolução que além da Liberdade também nos trouxe a Democracia, colocando nas mãos do Povo português o seu próprio destino.
Nunca é demais exprimir a gratidão aos militares do MFA, especialmente aos generosos Capitães de Abril, a conquista da Liberdade e dos Direitos e Garantias de todos os cidadãos.
Os cravos no cano das espingardas ficaram como símbolo da Revolução e se o seu uso tem vindo a diminuir, nem por isso perdeu o seu significado, assim como a cor e o perfume, florindo sempre em cada mês de Abril.
A Revolução de 1974 é um marco decisivo na história do nosso país e, as grandes datas da História, contém uma carga simbólica que se actualiza e renova, quando as celebramos.
Lembremos, então, esse dia não apenas como passado, mas como um dia que continua presente, porque soube antecipar e influenciar o futuro.
Lembremos, também, que foi em Abril que caíram as barreiras, que só aos homens reservavam o acesso a determinadas profissões. 
Por isso continuaremos a dizer - 25 de Abril, Sempre !.


   
Salgueiro Maia, o herói de Abril, comanda o cerco ao Quartel do Carmo
José Afonso, autor e cantor de Grândola-Vila Morena

sábado, 23 de abril de 2016


 
Hoje celebra-se o Dia Mundial do Livro, data simbólica e marcante para a literatura. Foi a 23 de Abril  de 1616 que faleceram dois grandes escritores: William Shakespeare e Miguel de Cervantes. Representa, também, a importância do livro como um bem cultural essencial para o desenvolvimento da literacia e um meio privilegiado de transmissão de informação, fundamental para a felicidade dos Povos.
 
Neste sentido é de toda a justiça lembrar o papel das Bibliotecas Itinerantes Calouste Gulbenkian que, durante quase meio século, aproximaram o livro dos leitores, por todos os cantos do País contribuindo, desse modo, para abrir as portas do conhecimento e democratizar a cultura.
 
 
  E porque é de livros que hoje tratamos, saudemos um grande escritor e poeta argentino - Jorge Luís Borges -, num belo poema, datado de 1975 -"Os meus livros". 
 



Os meus livros (que não sabem que existo)
São uma parte de mim, como este rosto
De têmporas e olhos já cinzentos
Que em vão vou procurando nos espelhos
E que percorro com a minha mão côncava.
Não sem alguma lógica amargura
Entendo que as palavras essenciais,
As que me exprimem, estarão nessas folhas
Que não sabem quem sou, não nas que escrevo.
Mais vale assim. As vozes desses mortos
Dir-me-ão para sempre.

in Obras Completas "A Rosa Profunda"-1975, pág 113. 

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios



O dia de hoje, 18 de Abril, é dedicado aos Monumentos e Sítios, instituído em 1982  pelo ICOMOS (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios), uma associação de profissionais de conservação do património, e aprovado pela UNESCO, em 1983. Visa promover os monumentos e sítios e valorizar o património, ao mesmo tempo que alerta para a necessidade da sua conservação. Decorrem, neste dia, várias iniciativas por todo o País, para celebrar a data, como visitas e entradas gratuitas nos monumentos e museus, bem como passeios pedestres. Foram recentemente conhecidos os vencedores do Prémio da União Europeia, 2016 - para o Património Cultural, em que Portugal obteve dois projectos selecionados:
Reabilitação da Catedral e Museu Diocesano de Santarém e Desenvolvimento Sustentável do Planalto da Mourela no Parque nacional da Peneda Gerês. Na nossa região existem muitos monumentos e sítios históricos para visitar e apreciar. Aqui ficam alguns, a começar pelo Museu Regional Flaviense:
Epigrafia romana. Estelas funerárias e aras votivas aos deuses.

Castelo de Chaves

Igreja de Santa Maria Maior - Chaves

Ponte de Trajano - Chaves.

Igreja de Santa Maria Maior - Valpaços.

Igreja da Misericórdia - Chaves

Igreja românica de Santa Leocádia - Chaves

Igreja românica de Nª Sª. da Azinheira - Chaves



Capela da Granjinha - Chaves

Pormenor do portal da entrada

Castelo de Monforte de Rio Livre - Chaves.

Ruínas da Vila de Monforte

Porta de acesso à Vila

Pedra da Bolideira - Chaves.

Igreja românica de S. João da Castanheira - Chaves

 Capela de S. Sebastião - Cimo de Vila da Castanheira, Chaves.

Santuário rupestre da Lampaça - Valpaços.

Torre romana da Lampaça- Valpaços

Capela de Santo António, de Picões - Valpaços.

Pelourinho de Tortomil - Valpaços.

Capela pré-românica de SªMª Madalena - Santa Valha, Valpaços.

Igreja matriz de  S. Miguel - Fiães, Valpaços

Igreja românica de S. Julião - Chaves

Porta lateral

Vista interior
 

sábado, 9 de abril de 2016

Comemoração do aniversário do Abade de Baçal

Padre Francisco Manuel Alves, conhecido por Abade de Baçal
O museu regional de Bragança, a diocese de Bragança-Miranda e a junta de Freguesia de Baçal, prestam hoje, dia 9 de Abril, homenagem a este ilustre transmontano, quando passam 151 anos do seu nascimento. Francisco Manuel Alves, autodidata e erudito, dedicou a sua vida a recolher e investigar testemunhos arqueológicos e históricos respeitantes à região de Trás-os-Montes. A sua obra principal são as "Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança" distribuídas por 11 volumes editados desde 1909 até 1949. Personalidade de grande relevo na cultura portuguesa da primeira metade do século XX, foi historiador, arqueólogo e etnógrafo. Nasceu em Baçal, sua terra natal, em 9 de Abril de 1865 e foi ordenado presbítero  a 13 de Junho de 1889. Em 1890 foi nomeado pároco na igreja de Mairos, concelho de Chaves, por sinal a paróquia mais distante da diocese de Bragança. Aqui permaneceu até 1896, sendo a seguir colocado na freguesia de Baçal, onde faleceu em 13 de Novembro de 1947.

Mairos. Casa onde viveu o Abade de Baçal
Foi intenso o seu labor intelectual durante os sete anos que permaneceu em Mairos, do qual beneficiaram os concelhos de Chaves e Valpaços, com investigações sobre a história de vários lugares e monumentos, expressas na obra monumental já referida. É, com toda a justiça, homenageado na toponímia de ambos os concelhos e, de uma forma especial, na freguesia de Mairos, na própria igreja matriz de N.ª S.ª da Expectação.

Mairos. Igreja de Nª. Sª da Expectação

Homenagem do Povo de Mairos ao Abade de Baçal.
 
 

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Festa da Senhora das Brotas - Chaves.

Teve lugar nos dias 3 e 4 de Abril, domingo e segunda-feira de Pascoela, como sempre. O culto  à Padroeira  faz-se na capela de santo Eleutério, existente no interior do forte de S. Neutel, praça militar flaviense construída durante as Guerras da Restauração.
Iniciadas as trincheiras na colina do alto da Trindade, por Rodrigo de Castro, conde de Mesquitela, em 1661, a obra em definitivo apenas ficou concluída em 1668, sob a responsabilidade do governador das Armas, general Francisco Andrade Teixeira e Sousa. Curiosamente, o forte ficou concluído, quando as pazes entre os dois países Ibéricos se aproximavam.
Em 8 de Julho de 1912 foi travado, neste local, um combate fratricida entre as forças realistas comandadas por Paiva Couceiro e as tropas fiéis ao regime republicano.
 
Forte de S. Neutel
 
Porta Principal de entrada.
 
Cartelas alusivas à construção do Forte
O culto a N.ª S.ª das Brotas é muito antigo. Aquando do início da construção do forte, já existia uma ermida no alto do monte, com muitos peregrinos, especialmente no dia da Sua romaria. E os Militares preservaram este santuário com uma estrutura sólida, guarnecida com escadarias em granito, à sua volta, uma vez que todo aquele espaço, haveria que ser rebaixado para a construção daquela importante estrutura de defesa. Depois disso, adoptaram a Senhora das Brotas como sua padroeira.
 
A caminho da capela
 
Capela de Santo Eleutério
São vários os estudiosos que referem o culto a este orago,  como proveniente de um anterior culto pagão a "Ceres", deusa da agricultura. Estas festas pagãs que se realizavam na antiguidade, tinham lugar no início da Primavera, quando as forças da natureza fazem desabrochar as flores e desenvolver o crescimento das plantas. É bem provável, então, que a festa das Brotas, tenha surgido de uma adaptação dessas festas pagãs, ao Cristianismo.
Falemos agora do programa das festas que tiveram lugar no último domingo e segunda-feira de Pascoela, especialmente o dia da segunda-feira:
As festividades começaram às 10, 30 h com uma missa presidida pelo Arcipreste Dr. Hélder Amadeu Baptista de Sá, em honra da Padroeira.


Altar único com o santo Eleutério ao centro
 
A Padroeira, Nª Sª. das Brotas.
Missa em honra da Padroeira.
 

 

A parte da tarde foi destinada às tradicionais diversões: convívio, dança e merendas. Lembremos o Hino da festa de 1959:
Tocam bandas e gaiteiro,/ Lindas coisas de encantar,/ E os pares sobre o terreiro/ É gosto vê-los dançar. 
Neste ano, os pares sobre o terreiro são poucos.




Quem assiste, actualmente, a estas diversões de segunda à tarde, e nas mesmas participou por volta de 1962 - 63- 64, não pode deixar de sentir uma enorme nostalgia. Onde estão os estudantes para quem nesta tarde não havia aulas; onde pára o povo que  acorria a estas festas?
Enfim, resta-nos concordar com o Poeta:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades/ Muda-se o ser, muda-se a confiança:/ Todo o mundo é composto de mudança,/ Tomando sempre novas qualidades.
Deixo aqui a minha gratidão à Comissão de Festas que persiste em manter viva a tradição de comemorar a Senhora das Brotas.
Última nota para duas simpáticas senhoras que, ao som dos acordes das concertinas, colhiam o fiolho, planta medicinal que brota dos terrenos, em volta da capela.    
Idalina (à esquerda) e Adília (à direita) também conhecida por Didi.
 
Forte de S. Neutel. Um varandim sobre a veiga e cidade de Chaves